sexta-feira, 27 de junho de 2008

E não desabar.

Naquela tarde, sentada na sua árvore e folheando o livro já tantas vezes lido, ela constatou que não era, de fato, a mesma personagem. Tinha mudado tanto que entendia, não sem medo, uma nova essência dentro de si. Ela já desconfiava, é bem verdade. Mas era estranho perder o benefício da dúvida. E se ler ali, tão bem escrita, como se fosse assim tão clara, banal, um clássico, era mesmo Insustentável. Ele, se chegando manso como de costume, a despertou, e ali se desenhou a nova descoberta: não era só que não fosse mais carne, já não era nem sangue. Era, mesmo, a necessidade de qualquer besteira inconseqüente, pra tentar fugir daqueles olhos e, sem saber, se perder naquele sorriso.
Aquele sorriso...