terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Da entrega

É nesse te ter a meu lado, que agora tudo eu quero explicar.
Tudo de mim transborda, e quer virar poesia.
Quer dançar no ar, quer sair de mim, entrar em ti,
voltar pra mim e se fazer nós.
Quer te fazer entender cada segundo desse infinito.
Quer me fazer entender cada sutil arrepio.
Quer não te deixar.
Uma vontade de só pensar em ti, pra não perder nenhum momento.
Pra não perder tempo com besteira.
É tanto que, não suportando tanta beleza, meu olhos afogam.
Meu corpo sufoca, meu peito rebenta
-quase não aguenta.
Mas é de quase não aguentar que meu coração se alimenta,
e já não suporta mais as calmarias desses dias sem ti.
Eu quero a mão suando, o coração batendo,
Tua mão no meu seio e teu ouvido me dizendo - como se fosse preciso.
É vontade de ser mais, só pra ser pra ti.
Só por ti.
É moto-contínuo.

Eu não vou me entregar, não adianta,
eu sempre fui tua.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vemtudovemdovento.

É que, Às vezes, é preferível estar perdido a se encontrar onde não se quer estar.
E é por isso, meu amor, que a gente sai se perdendo nesse mundão sem fronteiras.

- Pelo menos a gente não tem limite.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

percebi que tenho medo de me encontrar

sábado, 20 de setembro de 2008

quem tem saudade não está sozinho

por isso
quando estou mais isolado
fico bem acompanhado
com você no coração

frevo de saudade|sonantes

terça-feira, 1 de julho de 2008

Eu não consigo.
Eu não conseguiria nem segurando a sua mão, com você do meu lado - onde você não está.
E não vou me arriscar assim, de mãos abanando e sem nenhuma carta na manga - da camisa onde enxugo esse suor gelado.
Eu tenho meus limites, curtos,
e depois de extrapolados, eles só vão aonde vocë os levar.

Eu tenho meu medos, e como dói dizer isso - só eles me têm.

E naquele instante, eh verdade, você bem me teve. E eu.
Eu não consegui olhar teus olhos ou sorriso.
Mesmo porque eu nunca soube encarar meus medos - e agora você era um.

Então, não me olha, nem me sorri, nem me julga, nem me entende.

This is a goodbye.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

E não desabar.

Naquela tarde, sentada na sua árvore e folheando o livro já tantas vezes lido, ela constatou que não era, de fato, a mesma personagem. Tinha mudado tanto que entendia, não sem medo, uma nova essência dentro de si. Ela já desconfiava, é bem verdade. Mas era estranho perder o benefício da dúvida. E se ler ali, tão bem escrita, como se fosse assim tão clara, banal, um clássico, era mesmo Insustentável. Ele, se chegando manso como de costume, a despertou, e ali se desenhou a nova descoberta: não era só que não fosse mais carne, já não era nem sangue. Era, mesmo, a necessidade de qualquer besteira inconseqüente, pra tentar fugir daqueles olhos e, sem saber, se perder naquele sorriso.
Aquele sorriso...

sábado, 31 de maio de 2008

Dor Pungente

E foi sem muito porque que explodiu dentro dela o vazio das coisas, pessoas, deixadas tão simplesmente pra trás.
E foi aquela explosão cristalina
Aquela que, inevitavelmente,
transborda no escuro do rádio ligado.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

sob medida

Não era mesmo de se esperar que
Ele,
que de tão inseguro condenava tudo a que pertencia,
percebesse o encanto ímpar
de se ver tão bem refletido nos olhos daquela menina.

sábado, 19 de abril de 2008

Once

Não há disfarces em Once, não há uma luz magnífica que deixa os atores lindos, nem um figurino e maquilagem que os deixem em um patamar acima de qualquer mortal. A música, a realidade, as pessoas... a dor e o amor ali presentes... Ah, eles realmente viveram felizes para sempre.

terça-feira, 15 de abril de 2008

eu estava lá...

mas você não viu.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

I'm not your friend, I never was.

E agora te dói essa saudade, essa desconversa, esse não saber meus passos.
É claro que dói, meu amor. Mas é o que sobrou.
É o que sobrou porque você me arrasou. Como era mesmo? 'Era o medo de te magoar'. Hahaha. Logo eu que sempre quis a veia vermelha de amor magoado. Mas você não enxergou. Você nunca enxerga muito além do acorde ou da nota.
E não sobrou mesmo nada, porque eu também te destrui. Eu sabia os cinco pontos que explodiam teu coração. Mas ele não explodiu. Porque nada em ti explode. E eu queria mesmo uma faca pra te esfaquear até teus olhos pulsarem, enquanto você mandava eu ter cuidado pra não me cortar. Hahaha.
Então olha nos meus olhos de verdade, e não me vem com essas frases feitas de paixão que virou amor e que agora não pode ser jogado fora, porque a única coisa que eu ainda quero é riscar, entre taças de vinho, um Cartola em homenagem aos velhos tempos.

domingo, 6 de abril de 2008

a vida inteira pode ser qualquer momento

Once - que eu não traduziria como 'Apenas uma Vez' - está entre as coisas da vida que chamo carinhosamente indizíveis.
Once não é sobre o amor, sobre a música ou sobre uma maravilhosa produção cinematográfica - essa combinação todo mundo já viu antes.
Não é aquele mundo da mágia onde tudo é possível, nem tão pouco é essa vida real onde nada dá pé. Once não é a freqüência com que você encontra a pessoa certa. Não é nada disso.
Tem aquele cara que conserta aspirador de pó e tem aquela garota Tcheca, ambos em suas vidas totalmente humanas, reais. Tem aquele encanto de encontro, que poderia acontecer com qualquer um de nós, e que provavelmente já aconteceu com você. Tem também toda aquela coisa da música, que transforma esse encontro em algo mais 'raro' que os fãs d'O Teatro Mágico. Isso era o que eu sabia, esperava de Once.
Mas Once não é isso.
Confesso que todas essas negações são simplesmente porque significar Once me é impossível.
Eu já o queria antes mesmo de conhecê-lo e, como na canção, achei que por isso o queria tanto. Em verdade, agora eu o quero muito mais.
Eu estava, de fato, tão enganada quanto os que alegam que ali não há um final feliz.
Na saída do cinema, ouvindo Once no mp3, eu finalmente entendi que, naquele final, aquele cara e aquela garota viveram felizes para sempre.

(Você não viveria?)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Interrupções

cansado de procurar as coisas que havia deixado pelo caminho sentou-se na calçada e foi atropelado por um carro desgovernado.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Céu de Platão

Um beijo, uma palavra, um olhar, uma risada
Ou nada.

Qualquer Coisa basta.